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Sobrevivente do "Ruben e Bruna" contou o acidente à Rádio Onda Viva

Sobrevivente do "Ruben e Bruna" contou o acidente à Rádio Onda Viva

Alcídio Maia Filipe ainda está em choque. O pescador, de 48 anos, um dos quatro sobreviventes do naufrágio do “Ruben e Bruna”, ontem ao largo da Figueira da Foz, diz que o barco virou de repente. O acidente, recorde-se, matou mais um pescador das Caxinas – o mestre e armador da embarcação, Armindo Postiga (na foto). Alcídio diz que, quem ia no barco, só teve tempo de saltar para a água e tentar afastar-se o mais possível do “Ruben e Bruna” que virou e acabou por ir ao fundo. O mestre ainda foi para o leme pedir socorro, mas quando o Estrela Cadente – um outro barco com pescadores das Caxinas, chegou ao local, já havia apenas os quatro pescadores na água. Armindo não terá conseguido sair a tempo.

O corpo foi encontrado cerca de duas horas depois do alerta por um salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) e por um tripulante do “Luís Balseiro”. Um dia depois da tragédia ter voltado a bater à porta das Caxinas, o presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar ainda não encontra explicação para o acidente. José Festas diz que quase parece “praga” sobre a maior comunidade piscatória do país, que ainda em Janeiro perdeu cinco no naufrágio do "Santa Maria dos Anjos". No "Ruben e Bruna" seguiam, para além de Alcídio e Armindo, António Manuel Júnior, de 31 ano, Sérgio André, de 43 e Ildebrando Dourado, de 27 anos.

Três regressaram a casa ontem. Ildebrando, explica José Festas, deverá ter alta hospitalar hoje. O presidente da “Pró-Maior” está ainda em choque com a morte do amigo de infância, que deverá chegar, ao final da tarde de hoje, à Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, nas Caxinas. O funeral de Armindo Manuel Aurora Postiga, de 50 anos, realiza-se amanhã às 15h30 na Igreja do Senhor dos Navegantes, nas Caxinas. O mestre do “Ruben e Bruna” deixa dois filhos – cujos nomes compunham o nome da embarcação.

O Rio Ave está de luto pelo desaparecimento do sócio número 637 do emblema vila-condense. Numa nota publicada no portal oficial e assinada pelo presidente António Silva Campos, o clube sublinha "o vazio inexplicável e jamais preenchido deixado por alguém que é especial". O Rio Ave já pediu que, no encontro da próxima jornada, frente ao Braga fosse cumprido um minuto de silêncio pelo pescador.

 

Rádio Onda Viva 

By WebFarol